Nós, os políticos
Nem adianta tentar, caros poucos leitores. Falar que não gosta, que não acompanha e que não faz a mínima questão de saber sobre política. Você saí da sua casa e a pratica em qualquer lugar. Seja no seu trabalho, entre seus amigos ou na tribo que você se insere. Você nasceu para fazer política.
Confira alguns exemplos:
Partido do Emorock – Os representantes incentivam a idéia de "curtir a tristeza". Pode ser desde um gato vira-lata que morreu atropelado até um dia chuvoso, não importa. O objetivo é transformar o mundo em uma imensa lágrima. Dizem que a história do partido começou quando o então fundador, Choro sim e nem por isso sou mulherzinha, caiu em lágrimas ao ouvir um pedido de seu pai: "Filho, você pode ir na padaria?".
Partido do Playboy – Adepto da idéia de não separatismo social, desde que o pobre fique no lugar dele. Aqui, o importante é mostrar que gastar muito, acima de tudo, é para quem pode e não para quem sonha. Para se filiar (esqueça se você não nasceu afortunado), só precisa dizer onde você estudou na adolescência, a calça que você veste e o valor da conta.
Partido do sou malandro, mas não conta para o meu pai – Aqui o importante é manter o estilo. A referência é o rapper Marcelo D2, "A calça é larga e o boné pro lado". O diretório central só pede para os membros decorarem o máximo de gírias possíveis e sempre, não importa em qual situação, contar vantagem de que você sabe fazer (aquilo) melhor do que o outro. ATENÇÃO: para se alinhar aos ideais do partido é importante voltar ao normal (leia-se se tornar novamente o filhinho da mamãe) ao sentar com a sua família para jantar.
Partido protetor das florestas e animais – Favorável aos cuidados com o meio ambiente e todo e qualquer tipo de bicho. Mas aqui a causa não é tão importante, o que importa mesmo é gritar para todo mundo ouvir: "Ei, os mosquitos amarelos estão morrendo!". Mesmo sem reciclar o lixo em casa, o negócio é apontar o dedo na cara de quem nunca comeu soja e ainda adora um belo bifé mal passado.
Partido dos mal humorados – Basta simplesmente acordar e lembrar quem estiver a sua volta, que o bom humor é para os ridículos. É importante também criticar os projetos e as idéias dos felizes, mesmo que você não entenda nada sobre o assunto. Aqui, o mal humor não é pretexto, mas o fim para tudo.
Partido classe média – Dos que sonham com a riqueza e temem a pobreza. Basta pagar muitos impostos e dizer sempre a frase: "Não me sobra tempo e dinheiro para nada". O objetivo é entender o Brasil e o mundo através dos cadernos culturais dos grandes jornais. Mas cuidado: Caso você adquira um iPhone, seja hackeado ou não, você pode estar se tornando um playboy.
Partido do blogueiro - Dos que não pensam em nada mais importante para escrever em uma sexta qualquer.
Nota: Geraldo Alkimin disse que o governo federal está no foco das acusações. Seria ele um gênio? Ou está mais para o sujo falando do mal lavado?