Quem vamos culpar?
João Prado
Não que seja uma exclusividade dos nossos tempos. Mas em toda tragédia ou fato que interrompa (pelo menos por alguns minutos) a nossa rotina, a primeira atitude é procurar e apontar os “culpados”. Isso é a retórica dos fracos, de quem é vazio demais para enfrentar ou discutir uma questão.
Sobre o episódio na Universidade Virgínia Tech, li os jornais, os blogs e observei as opiniões das pessoas. Nada contra as idéias divergentes – são elas que brigam e não as pessoas -, mas botar a culpa dessa barbárie nos filmes ou nos games é um absurdo. A arte é fantasia e quem não consegue separar o imaginário do real, com certeza, vai acabar como Cho Seung-hui.
Não sou um consumidor e conhecedor de games. Mas também não acredito que são eles os responsáveis pelos atentados nas universidades americanas. Quem escreve bem sobre o tema é o escritor Daniel Galera, no blog que ele mantém no nomínimo.
Em relação a comparação da violência, entre o Brasil e o Estados Unidos, não há base para uma relação. Aqui, país pobre, o sangue não tem caráter ideológico. É conseqüência social. Lá, país rico, a universidade é o palco da matança (vale ressaltar que as mortes em centros de estudos já somam 110, desde 1996).
Agora, de quem é a culpa? Deus? Diabo? Bush? As armas estão aí, no comércio legal e ilegal, para serem consumidas e utilizadas. Qualquer calibre tem uma só finalidade.
Minha pista é que a culpa também faz matar. Ela perturba e ofende quem a sente.
Não que seja uma exclusividade dos nossos tempos. Mas em toda tragédia ou fato que interrompa (pelo menos por alguns minutos) a nossa rotina, a primeira atitude é procurar e apontar os “culpados”. Isso é a retórica dos fracos, de quem é vazio demais para enfrentar ou discutir uma questão.
Sobre o episódio na Universidade Virgínia Tech, li os jornais, os blogs e observei as opiniões das pessoas. Nada contra as idéias divergentes – são elas que brigam e não as pessoas -, mas botar a culpa dessa barbárie nos filmes ou nos games é um absurdo. A arte é fantasia e quem não consegue separar o imaginário do real, com certeza, vai acabar como Cho Seung-hui.
Não sou um consumidor e conhecedor de games. Mas também não acredito que são eles os responsáveis pelos atentados nas universidades americanas. Quem escreve bem sobre o tema é o escritor Daniel Galera, no blog que ele mantém no nomínimo.
Em relação a comparação da violência, entre o Brasil e o Estados Unidos, não há base para uma relação. Aqui, país pobre, o sangue não tem caráter ideológico. É conseqüência social. Lá, país rico, a universidade é o palco da matança (vale ressaltar que as mortes em centros de estudos já somam 110, desde 1996).
Agora, de quem é a culpa? Deus? Diabo? Bush? As armas estão aí, no comércio legal e ilegal, para serem consumidas e utilizadas. Qualquer calibre tem uma só finalidade.
Minha pista é que a culpa também faz matar. Ela perturba e ofende quem a sente.
2 Comments:
O fato de querer achar um culpado por outro lado, só resume a vontade de corrigir um problema, constatar um erro. Um dos fatores que foi levantado, pelo que li nos jornais a respeito, foi o preconceito racial sofrido pelo garoto. Não que ele não tivesse outros problemas e traumas que o levassem a fazer o que fez, mas num país como os EUA, atentados cometidos por vítimas de bullying não são incomuns. Eu morei lá por um tempo e perto da minha casa havia uma escola onde alguns latinos que participavam de uma manifestação pró green card foram esfaqueados. Morei lá por 1 ano e sofri muito com o preconceito, sendo assim até entendo alguns distúrbios psicológicos dessas pessoas..
Enfim...esse é o tipo de assunto que vai dar muito pano pra manga...
Acredito que os imigrantes nos Estados Unidos sofram preconceito (nunca fui para lá, mas é notório). até aqui, em São paulo, os migrantes nordestinos sofrem. Mas, na modesta opinião do blogueiro, um game e um filme não são réus. Nunca.
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