Ponto Jor

sexta-feira, abril 06, 2007

Alô Paraisópolis!

João Prado
Quarta-feira, 4 de abril. Às 10h45 da manhã eu estava na rua Melchior Giola, favela do Paraisópolis, para cobrir a inauguração do “Fale Bem”, um centro de telefonia via internet (Voip), que foi instalado por uma empresa privada de São Paulo. Não se trata de caridade e sim de negócios, já que o serviço da ligação vai ser cobrado (0,13 centavos por minuto para ligações locais e R$ 0,39 centavos para as chamadas de longa distância). O fato é que essa iniciativa traz uma economia em telefonia de 60% para os bolsos dos moradores da comunidade, que atualmente dependem de orelhões que não completam ligações DDD ou do raro sinal para se comunicar com um parente via celular: “As filas para ligar de orelhão aqui são enormes, todos os dias. E celular aqui é difícil”, contou Gilson Rodrigues, chefe representante da comunidade. Rodrigues também disse que os boicotes da Telefônica, por causa dos chamados “gatos” (ligações clandestinas), acabam prejudicando milhares de pessoas. (Porra, Telefônica. vai pra puta que pariu!).

Para quem não conhece, Paraisópolis (de paraíso, mesmo) é uma favela encravada no nobre bairro do Morumbi. Vista por cima – como pude fazer em cima de uma laje que o Gilson me levou – é um vale, um buraco com casas espremidas em vielas pequenas. Moram cerca de 80 mil pessoas, em 17.730 domicílios (casas de alvenaria e madeirite), construídos sobre um milhão de metros quadrados. “... esgoto a céu aberto e parede madeirite, de vergonha eu não morri, to firmão, eis me aqui”...”, canta Mano Brown.

Há cerca de quatro anos, a cidade-universo-Paraisópolis está passando por um processo de reurbanização pelas mãos responsáveis de seus moradores. Poder público, nécas como sempre. Um projeto-piloto foi inaugurado com a administração da Marta Suplicy. Algumas casas foram pintadas e árvores plantadas, mas ano após ano as obras para valer mesmo (de saneamento básico) estão em ritmo de charrete, para não dizer paradas. No famoso “arregaça a manga e faça você mesmo”, a comunidade está construindo e criado as tais “possibilidades”. Lá, tem biblioteca com um ótimo acervo (aceita doações) - que ainda conta com o serviço de fazer currículos -, além de locadoras de DVDs, lanchonetes (MC Esfiha), lojas de roupa e mais uma porção de serviços que parece fazer girar uma economia interna. Tudo feito por gente que mora lá!

Ainda falta? Muito. Mas falta também a divulgação de coisas boas. Não é atoa que o povo periférico reclama que a imprensa só vai até lá para cobrir desgraça, homicídio e tudo mais que também rola em Higienópolis e até nas internas do Congresso -, mas que não recebe a mesma atenção quando o prato é o sangue frio. “Criamos um jornal aqui, que é justamente para divulgar as coisas boas que temos. Mas falta dinheiro para a impressão”, explica o jovem Rodrigues. Ele ressaltou que houve uma tentativa de pedir a verba para a subprefeitura do Campo Limpo, que alegou a falta de $$$$$$ (afinal, para que servem essas porras?).

Aê rapaziada, (quem chegou até o final desse post) se me ajudarem a fazer um abaixo assinado on-line, pedindo verba para o jornal comunitário de Paraisópolis, eu juro que vou até a prefeitura e entrego.

Vamos ver o que acontece?

16 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Vamos! Eu topo. Onde eu assino ?

11:00  
Blogger Unknown said...

Fica aí a mesma pergunta. Onde eu assino?

14:49  
Anonymous Anônimo said...

Faço das delas as minhas.

Como você pensa em fazer? Criar um domínio com as assinaturas ou um e-mail basicão?

09:58  
Blogger Daniel Boa Nova said...

Existe isso aqui:

http://www.petitiononline.com/

Não sei até que ponto fununcia.

11:32  
Blogger João Prado said...

seguinte rapaziada: eu acho (quero opiniões) que a gente pode fazer um email mesmo, constando o nome, profissão é idade da pessoa que votou. o gilson vai organizar as assinaturas da comunidade (fundamentais). a gente pode organizar esse abaixo online e divulgar para outros blogs. não sei se vai dá certo... mas vale tentar!

11:45  
Anonymous Anônimo said...

Ok, mas será que no abaixo assinado pode conter só nome, profissão e idade? Acho que deve ter RG, não?

Well, acabei de googlar, segue:
http://www.mundorep.com.br/redacao/abaixo.doc

Ou seja, nome e RG.

14:55  
Blogger João Prado said...

Para sil e todos que deixaram seus comentários: conversei com um amigo (cinza)e ele me chamou a atenção: "jony, se é um jornal comunitário... é para eles". o que meu amigo quis dizer (e me fez mudar de ideia)é que o melhor para o jornal é ter uma verba de anunciantes dentro da favela para fazer a impressão(borracheiro, padeiro, manicure). depender do dinheiro publico para imprimir um jornal (alem de ficar se "apoiando" no governo) pode significar algumas amarras difíceis de serem cortadas depois. Dinheiro para o asfalto, telefone, saúde, etc. para o jornal vamos ter que sugerir outra forma (acho que a ideia do cinza é boa e (melhor) péga. sábado que vem vou até la para levar essa idéia! valeu para quem pensou e procurou comigo. só uma nota: caridade e assistencialismo 0. ajudar (MESMO) é outra coisa!

16:48  
Anonymous Anônimo said...

Jony,
Entendo, mas será que esses vão querer anunciar? O que significaria investir um dinheiro para que se tenha um retorno maior ao investido, claro, mas daí convencê-los de que seria bom... e será que é? Afinal quem é de lá já sabe quais são as opções(?), a não ser que queiram divulgar algo promocional(deve ser raro?). Daí o "dpto comercial" do jornal deve saber vender bem o anúncio. Resgatar novos clientes... essas coisas... Tudo depende das necessidades, como não conheço a favela não sei bem se o que estou falando condiz com a realidade deles.

17:54  
Blogger João Prado said...

Sil,
Entendo suas questões. mas o jornal de paraisópolis é para circular apenas dentro da comunidade. ele serve (vou confirmar) para divulgar as iniciativas dentro da favela. A idéia que surgiu é fazer com que os comerciantes que moram lá anunciem por preços baixos (que sejam suficientes para pagar a impressão). Pedir essa verba para a prefeitura poderá servir, por exemplo, como justificativa para cobrir outras falhas do poder público, como a falta de asfalto nas ruas e luz adequada (entre muitos outros). Além do mais, os moradores de paraisópolis poderão criticar o poder público de maneira livre, sem possíveis amarras que poderão surgiu com uma eventual "doação" de verba para um jornal. (imagina, um veículo independente!). Mas tudo isso ainda vai ser sugerido e vamos ver como a proposta vai ser recebida (e também o quanto ela pode ser uma idéia possível para eles). Sil, acho bacana seu interesse (sério mesmo). o negócio é discutir porque nem eu tenho certeza de nada (quase nunca) e estou sempre a disposição para receber idéias.... A discussão segue sil! (qualquer novidade eu te falo)

11:53  
Anonymous Anônimo said...

Entendi, acho bem melhor o jornal ser independente, mas foi o que eu disse, será que os comerciantes iriam querer colocar dinheiro ali? Espero que sim, seria a melhor solução. O que eu não sei é se ele podem colocar esse dinheiro, por motivos óbvios.
Espero notícias.

Ah, de qualquer forma aceito fazer o abaixo assinado para outros fins.
Beijo

12:15  
Blogger João Prado said...

mais uma nota (importante): fui eu que sugeri o abaixo assinado para enviar para a Prefeitura. a confusão toda foi minha que, na vontade de fazer logo, acabei não vendo os "poréns". desculpa à todos. Réu confesso!

Abraço

18:23  
Anonymous Anônimo said...

Haha!
Sussa.

11:55  
Blogger Quem? said...

A grande riqueza no meio de tudo isso é o debate em questão... é a vontade de fazer, de mudar! Então qualquer iniciativa é valida, mesmo se for apenas uma boa intenção. Adorei o blog...
Muito bem escrito e de otimo bom gosto.
Sucesso

10:36  
Blogger João Prado said...

Opa, que honra! comentário internacionalllllll. Que bom falar com você por aqui Roberta. sucesso também!!!

beijo

18:13  
Blogger Fer said...

Olá,
Foi lançado recentemente um PABX capaz de integrar-se ao SKYPE, permitindo que telefones comuns possam fazer chamadas para contatos SKYPE ou para outros telefones através da rede SKYPE. As chamadas podem ser realizadas, atendidas, colocadas em espera, transferidas de forma extamente igual as da rede de telefonia convencional. O custo é muito baixo e se pega rápido, rápido.
Veja: www.safesoft.com.br/pabx/

16:12  
Anonymous Anônimo said...

hhahahahhahahahha
orelhao????aqui no paraisopolis ainda tem isso????
aqui todo mundo tem telefone em casa e celular ah é o sinal é otimo também...e esse tal de “Fale Bem”, nem existe mais em menos de um ano, virou uma lan house kkkkkkkk
vcs acham oq só pq somos pobre noa temos
telefone???
nossa, vc agredita q temos ate internet em casa? :O

11:05  

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