Velhas Focas batendo bocas e bolas para bater as botas do Jornalismo Esportivo
Luís Pereira
Excesso de publicidade, jabá, discussões exageradas, fanatismo, parcialidade, abuso do uso de ganchos para segurar telespectadores, barrigas e preconceitos. Onde vai parar o jornalismo esportivo?
Um dos programas de esporte de maior audiência da TV aberta é o Debate Bola, do apresentador Milton Neves. O programa é sensacionalista, cheio de discussões escalafobéticas e, se não me falha a memória, há algum tempo (e isso porque há muito me recuso a assistir a tal letargia jornalística) exibia propagandas de cerveja. Na minha concepção é absolutamente inaceitável um programa esportivo, que deveria estar associado a uma imagem saudável, fazer merchandising de bebida alcoólica.
Uma vez convidado para o programa de televisão Mesa Redonda Futebol Debate, Milton Neves, ao entrar em uma discussão com Roberto Avallone - então âncora do programa -, acusou um integrante da mesa de ser homossexual. O preconceito é inadmissível em qualquer condição em que se faz presente. Como representar o quão sórdido é perante uma política de ética jornalística?
O jornalismo esportivo, mais precisamente de futebol, está cheio de jornalistas partidários fanáticos e inescrupulosos. Assim como os já citados, temos Chico Lang, um corintiano doente que prefere dar barrigadas ao zelar pela qualidade de suas informações. Quantas vezes não o ouvimos falar de furos, que o Corinthians está contratando tal jogador, que vai fazer e acontecer e, no final das contas, nada. Outro que segue a mesma linha é o diretor de teatro Cacá Rosset, que caiu de pára-quedas no jornalismo esportivo e trouxe consigo suas bombas que não passam de traques sem pólvoras, ou seja, sem conteúdo.
A verdade é que esses programas estão ficando cada vez mais parecidos com shows de entretenimento de baixa qualidade, e algumas discussões mais parecidas com brigas de teste de fidelidade. Os protagonistas desse circo em que está se transformando o jornalismo esportivo devem se conscientizar de que os jornais não existem para adoçar a realidade, mas para mostrá-la à opinião pública de um ponto de vista crítico e sensato.
Entretanto, é importante lembrar que, no meio de tantos maus profissionais, ainda existem os bons, que juntos tentam salvar a profissão de jornalista esportivo, respeitando as três categorias em que, grosso modo, pode ser dividida a ética: aristotélica, “por valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza humana”; a de Kant, que traz o “conceito de dever, o ponto central da moralidade”; e, por fim, a do utilitarismo, em que “o objetivo da moral é o de proporcionar o máximo de felicidade ao maior número de pessoas”.
Sinto uma grande satisfação em ouvir a sátira aos merchandisings que faz o jornalista Juca Kfouri, quando pára o seu programa CBN Esporte Clube para anunciar a “Água da Bica” e o “Chá de Cadeira”.
Dessa forma, torço para que os focas do jornalismo esportivo consigam aposentar essa velha guarda que se esqueceu dos princípios da profissão, que enalteçam Armando Nogueira, Kfouri, José Trajano e tantos outros bons exemplos e que, aos poucos, consigam ressuscitar essa vertente do jornalismo que se encontra em estado de putrefação intelectual.
Excesso de publicidade, jabá, discussões exageradas, fanatismo, parcialidade, abuso do uso de ganchos para segurar telespectadores, barrigas e preconceitos. Onde vai parar o jornalismo esportivo?
Um dos programas de esporte de maior audiência da TV aberta é o Debate Bola, do apresentador Milton Neves. O programa é sensacionalista, cheio de discussões escalafobéticas e, se não me falha a memória, há algum tempo (e isso porque há muito me recuso a assistir a tal letargia jornalística) exibia propagandas de cerveja. Na minha concepção é absolutamente inaceitável um programa esportivo, que deveria estar associado a uma imagem saudável, fazer merchandising de bebida alcoólica.
Uma vez convidado para o programa de televisão Mesa Redonda Futebol Debate, Milton Neves, ao entrar em uma discussão com Roberto Avallone - então âncora do programa -, acusou um integrante da mesa de ser homossexual. O preconceito é inadmissível em qualquer condição em que se faz presente. Como representar o quão sórdido é perante uma política de ética jornalística?
O jornalismo esportivo, mais precisamente de futebol, está cheio de jornalistas partidários fanáticos e inescrupulosos. Assim como os já citados, temos Chico Lang, um corintiano doente que prefere dar barrigadas ao zelar pela qualidade de suas informações. Quantas vezes não o ouvimos falar de furos, que o Corinthians está contratando tal jogador, que vai fazer e acontecer e, no final das contas, nada. Outro que segue a mesma linha é o diretor de teatro Cacá Rosset, que caiu de pára-quedas no jornalismo esportivo e trouxe consigo suas bombas que não passam de traques sem pólvoras, ou seja, sem conteúdo.
A verdade é que esses programas estão ficando cada vez mais parecidos com shows de entretenimento de baixa qualidade, e algumas discussões mais parecidas com brigas de teste de fidelidade. Os protagonistas desse circo em que está se transformando o jornalismo esportivo devem se conscientizar de que os jornais não existem para adoçar a realidade, mas para mostrá-la à opinião pública de um ponto de vista crítico e sensato.
Entretanto, é importante lembrar que, no meio de tantos maus profissionais, ainda existem os bons, que juntos tentam salvar a profissão de jornalista esportivo, respeitando as três categorias em que, grosso modo, pode ser dividida a ética: aristotélica, “por valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza humana”; a de Kant, que traz o “conceito de dever, o ponto central da moralidade”; e, por fim, a do utilitarismo, em que “o objetivo da moral é o de proporcionar o máximo de felicidade ao maior número de pessoas”.
Sinto uma grande satisfação em ouvir a sátira aos merchandisings que faz o jornalista Juca Kfouri, quando pára o seu programa CBN Esporte Clube para anunciar a “Água da Bica” e o “Chá de Cadeira”.
Dessa forma, torço para que os focas do jornalismo esportivo consigam aposentar essa velha guarda que se esqueceu dos princípios da profissão, que enalteçam Armando Nogueira, Kfouri, José Trajano e tantos outros bons exemplos e que, aos poucos, consigam ressuscitar essa vertente do jornalismo que se encontra em estado de putrefação intelectual.
7 Comments:
É, cara... essa história de "jornalista-garoto-propaganda" cheira mal à beça...
Bom texto!
Concordo em grau, gênero e número, Luis, mas confesso que assisto o Debate Bola quase todos os dias. Milton neves é antiético e irritante nos "merchans", mas acredito que não podemos deixar de reconhecer o valor dele no jornalismo esportivo, principalmente no rádio-jornalismo. Quanto ao partidarismo desses jornalistas, ele também chega a ser irritante, mas é melhor o cara declarar o time que torce do que se esconder atrás de falsa imparcialidade. Eu gostaria de ligar a tv na hora do almoço e assistir a uma mesa redonda como o "Cartão Verde" de uns 15 anos atrás, que contava com o Juca, o Trajano e o Flávio Prado, este no auge da forma. Mas não vou negar que o debate bola satisfaz os meus anseios matutinos. Ele tem o seu valor.
hum... vamos por partes. A publicidade sustenta o jornalismo, ou não ?
Não acho certo parar uma informação e dar espaço a publicidade. Acho que ela tem seu espaço em horário comercial. As vezes no jornal impresso, ela fica até maior que a notícia... como eu dizia, ela sustenta o jornalismo. Se ele abre espaço para propagandas de cerveja, ai já não posso criticar. Não sei se barraria se eu tivesse um site, uma revista, um jornal. Ainda mais no mundo atual em q vivemos.
Até onde a publicidade interfere no conteúdo jornalistíco???
O importante é o bom jornalismo, sem mentiras, sem sensacionalismo. Isso eu posso criticar. E não só o jornalismo esportivo, o político nem comento, o cultural então.... affffe e assim vai.
Depende de nós, nova safra, novas idéias, novas atitudes.
N O V A S A T I T U D E S!!!
adorei o texto osama!!! beijo
Mari
Olá pessoal,
muito bom contar com a opinião de vocês e poder debater um pouco. Vocês estão certíssimos. Faço das palavras do Alexxx as minhas.
Concordo com vocês em gênero, número e grau(não necessariamente na mesma ordem).
Mas vamos por partes:
1º - Alexxx
Você matou irmão. É fato! Por mais que o Milton Neves tenha defeitos, como comunicador - exonerando qualquer avaliação ética de seu caráter - o cara é um fenômeno.
Não é para qualquer um ter um programa de rádio no domingo das 9hs às 15hs. E digo mais: com audiência.
http://radiobandeirantes.terra.com.br/sobre.asp?PDT=8&ID=24
2º- Marizinha
Também concordo com você. Jornalismo purificado, isento das necessidades publicitárias e monetárias, é utopia.
Mas o que eu critico é o excesso.
O problema da publicidade com bebida alcoólica é em relação ao nicho.
Me sentiria mal em ser um jornalista ambiental e ter um banner da Cosipa no meu site. Saca?
Assim com ser um jornalista esportivo e ter um banner da Brahma.
Não me incomodava com o Bussunda fazendo esse papel.
Beijos e abraços
Olá pessoal,
muito bom contar com a opinião de vocês e poder debater um pouco. Vocês estão certíssimos. Faço das palavras do Alexxx as minhas.
Concordo com vocês em gênero, número e grau(não necessariamente na mesma ordem).
Mas vamos por partes:
1º - Alexxx
Você matou irmão. É fato! Por mais que o Milton Neves tenha defeitos, como comunicador - exonerando qualquer avaliação ética de seu caráter - o cara é um fenômeno.
Não é para qualquer um ter um programa de rádio no domingo das 9hs às 15hs. E digo mais: com audiência.
http://radiobandeirantes.terra.com.br/sobre.asp?PDT=8&ID=24
2º- Marizinha
Também concordo com você. Jornalismo purificado, isento das necessidades publicitárias e monetárias, é utopia.
Mas o que eu critico é o excesso.
O problema da publicidade com bebida alcoólica é em relação ao nicho.
Me sentiria mal em ser um jornalista ambiental e ter um banner da Cosipa no meu site. Saca?
Assim com ser um jornalista esportivo e ter um banner da Brahma.
Não me incomodava com o Bussunda fazendo esse papel.
Beijos e abraços
Tem razão, Luís, o excesso de publicidade mata, é por isso que não consigo mais assistir ao "Terceiro Tempo". O "Debate Bola" ainda está resistindo, vamos ver até quando. Outro programa terrível de assistir por causa dos merchans é o da Renata Fam, "discípula" do Milton Neves
Olha, concordei com resultado final do debate promovido pelo sr. Luis Pereira neste espaço. Ouso dizer que o jornalismo, pra não dizer o mundo, depende de comerciais de cerveja sim, mas não necessariamente no meio do programa. Vou concordar com a Mari quando o melhor seria passar os comerciais só na hora dos comerciais, e não no meio do programa. Mas de qualquer forma existem aqueles que ainda fazem pelo amor. Bem citado, Juca Kfouri, com o blog mais legal sobre futebol. Mas técnica, números, estatística, me desculpem os colegas jornalistas, mas é só comigo mesmo,
Na humildade,
Um abraço
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