Ponto Jor

sexta-feira, junho 22, 2007

Mundo 2.0

João Prado

Quarta-feira. Estou no Hotel Hilton, na Av Nações Unidas, em sp. Espero dois empresários terminarem uma palestra, sobre gestão empresarial aliada com a tecnologia. Tenho agendado para depois dessa palestra um almoço, ali mesmo no restaurante Canvas.

Em uma mesa está sentado eu, o empresário brasileiro com cara de gringo, o assessor japonês e o americano com cara de americano que viaja e ganha dinheiro (bastante), falando sobre suas publicações e livros que discorrem sobre as práticas necessárias para um empresário "se dar bem".

Na revista que escrevo atualmente (Istoé Dinheiro), tenho por princípio da tarefa aliar minhas pautas para assuntos relacionados com a tecnologia – logo eu, que mal sabia baixar uma música há um ano atrás. Sem vacilar, começo a entrevista: "Alguns anos atrás, muita gente dizia que a tecnologia iria fazer com que as pessoas trabalhassem menos. Muitos vendiam essa idéia, que hoje percebemos que é totalmente o oposto. O que vocês acham?"

Depois do blá, blá, blá corriqueiro de empresários quando concedem entrevistas, veio o que eu queria: "Não vendemos conforto, vendemos flexibilidade", disse o empresário brasileiro com cara de americano. O sujeito não merece a menção de seu nome aqui, trata-se de um merda arrogante, que apesar de parecer ter estudado muito, solta pérolas como: "O erro do Brasil foi não ter sido colonizado por ingleses". Perfeito, cagalhão! Você achou a causa dos problemas do país.

Mais o que interessa é a frase sobre flexibilidade. Em outras palavras, o sujeito azedo e seboso quis dizer que todos nós, jovens e adultos e crianças, teremos que acostumar à dar adeus ao mundo confortável. A versão 2.0 do planeta diz que, hoje e daqui para frente, o negócio vai ser trabalho, job, trabalho, job.

Mesmo não conhecendo bem o assunto (repórter não sabe de nada e opina sobre tudo), em minhas apurações tenho percebido que smartphones, laptops e todo tipo de aparelho que traga a idéia de mobilidade, serve na essência para que trabalhemos mais e em mais lugares. Não interessa, o mundo caminha para isso. Trabalhar de casa, do banheiro, do avião, do aeroporto enquanto você toma o chá de cadeira de quatro horas, e por aí vai.

A tecnologia mudou e continua mudando as nossas vidas. A maioria dessas mudanças é para o bem. Mas é o seguinte, meu velho: Esqueça o mundo confortável e as duradouras horas de prazer!

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E ai Jonny!!! Perfeita suas palavras! Ainda bem que existe o Pornotube para os momentos de trabalho no banheiro!!
Um pista de quem sou eu....Se tá legal jonny?

15:22  
Blogger Daniel Consani said...

Na mosca, Johnny. Bela contastação. Por essa razão sou adepto do "faça devagar". Há um movimento estadunidense sobre isso. Trabalhe menos, ganhe menos dinheiro, coma devagar, transe devagar, goze como nunca!

16:51  
Blogger João Prado said...

kkkkkkkkkkkkkkkk, eu to bem gui!

___________________________________

Consani,aqui vai o meu apoio total ao movimento!

19:46  

Postar um comentário

<< Home