Transponders e pastores
Daniel Boa Nova
Imagine que você trabalha sob péssimas condições, alta pressão e que a vida de várias pessoas depende de seu êxito. Seus superiores também estão cientes das condições ruins, mas aparentam não poder fazer nada – a tal da burocracia. Enfim, uma rotina que consiste em afastar a batata quente da sua mão.
Como não poderia deixar de ser, um belo dia dá merda. Das grandes. E como acaba se espalhando, um bode expiatório é necessário. Bem sabemos que a corrente sempre estoura do lado mais fraco.
No Fantástico do último domingo, Jomarcelo e Lucivando, dois dos quatro controladores de vôo acusados de serem responsáveis pela tragédia do vôo 1907, se disseram injustiçados. Segundo eles, todos os procedimentos necessários foram seguidos. E que erros de software como o do dia do acidente são recorrentes, inclusive reportados. “É um setor deficiente. Era mais uma situação de rotina operacional”, (OESP, 05/06/07), segundo Lucivando.
Cinismo? Duvido. Apesar das informações desencontradas, parece claro que não foi erro apenas de um ou dois subalternos. Se você é o responsável pelas decisões e se acomoda com a possibilidade do pior acontecer, não deixa de ser cúmplice quando ele acontece.
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E o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Google Brasil a retirar do Orkut toda e qualquer comunidade que “ofenda a honra” do bispo Edir Macedo. Deu no Estadão de ontem e as aspas são por conta dos advogados do criador da Universal. Em caso de descumprimento, são mil pratas por dia.
Não é só: a empresa terá que revelar a identidade dos acusados de xingar Macedo. Serão processados um por um. O argumento é que o bispo estaria correndo perigo e sabe o que é pior? A decisão está mais do que correta. E se fosse com você? Também não gostaria de poder se defender de ataques anônimos?
Mas eu tô com o presidente da Safernet, Thiago Tavares, e não abro: “O mais irônico dessa história é que a Google revela rapidamente essas informações quando é processada por celebridades. Quando o Ministério Público Federal pede a identificação dos internautas pedófilos e racistas, a empresa diz que não pode fazer isso”.
Com relação a Edir Macedo, prefiro que o próprio fale por si:
Imagine que você trabalha sob péssimas condições, alta pressão e que a vida de várias pessoas depende de seu êxito. Seus superiores também estão cientes das condições ruins, mas aparentam não poder fazer nada – a tal da burocracia. Enfim, uma rotina que consiste em afastar a batata quente da sua mão.
Como não poderia deixar de ser, um belo dia dá merda. Das grandes. E como acaba se espalhando, um bode expiatório é necessário. Bem sabemos que a corrente sempre estoura do lado mais fraco.
No Fantástico do último domingo, Jomarcelo e Lucivando, dois dos quatro controladores de vôo acusados de serem responsáveis pela tragédia do vôo 1907, se disseram injustiçados. Segundo eles, todos os procedimentos necessários foram seguidos. E que erros de software como o do dia do acidente são recorrentes, inclusive reportados. “É um setor deficiente. Era mais uma situação de rotina operacional”, (OESP, 05/06/07), segundo Lucivando.
Cinismo? Duvido. Apesar das informações desencontradas, parece claro que não foi erro apenas de um ou dois subalternos. Se você é o responsável pelas decisões e se acomoda com a possibilidade do pior acontecer, não deixa de ser cúmplice quando ele acontece.
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E o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Google Brasil a retirar do Orkut toda e qualquer comunidade que “ofenda a honra” do bispo Edir Macedo. Deu no Estadão de ontem e as aspas são por conta dos advogados do criador da Universal. Em caso de descumprimento, são mil pratas por dia.
Não é só: a empresa terá que revelar a identidade dos acusados de xingar Macedo. Serão processados um por um. O argumento é que o bispo estaria correndo perigo e sabe o que é pior? A decisão está mais do que correta. E se fosse com você? Também não gostaria de poder se defender de ataques anônimos?
Mas eu tô com o presidente da Safernet, Thiago Tavares, e não abro: “O mais irônico dessa história é que a Google revela rapidamente essas informações quando é processada por celebridades. Quando o Ministério Público Federal pede a identificação dos internautas pedófilos e racistas, a empresa diz que não pode fazer isso”.
Com relação a Edir Macedo, prefiro que o próprio fale por si:
4 Comments:
Muito bom Boa Nova. Os dois posts.
Quanto ao primeiro, costumo dizer que é o preço da ganãncia. as emepresas não investem em treinamento, diminuem o tamanho das equipes, dão prazos insanos, achando que tudo é fábrica de sapato! E no final, como você disse, sempre dá merda!!!!
Acho que o caso do Edir Macedo e do Google trazem à tona um ótimo imperativo: é preciso que haja mais responsabilidade nas informações, opiniões e xingamentos veiculados na Internet. É isso o que me revolta no tal "anonimato digital".
Grande abraço, Boa Nova!
e tambem chamada "valentia virtual", muito usada em blogs.
nós mesmos acompanhamos alguns valentes virtuais aqui no pontojor!
Pessoalmente o que acho bacana na internet é a liberdade - mesmo que muitas vezes custe caro. Agora, já foi aberto o precedente para processos do tipo e o Google também não revela os dados porque seu banco de usuários é justamente o pote de ouro da empresa.
Por isso é importante o texto com relevância e assinatura (ai, se não me engano, a defesa vai para a tal da liberdade de expressão, tão essencial..)
É xarlis, brother, decisão certa mesmo. Mas o saldo é míope!
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