Ponto Jor

segunda-feira, maio 28, 2007

No DNA

Sara Puerta


Muitos dos jornalistas que conheço , incluindo eu, tiveram uma fortíssima fonte de inspiração para escolher a profissão. No meu caso, a inspiração foi muito, mas muito fictícia. Eu cismei com Louis Lane, a repórter do Super-Homem. E botei na cabeça que ia fazer jornalismo e virar uma repórter. Vinte anos depois, penso eu que devia ter almejado a cadeira do editor-chefe: um gordinho mal-humorado que mandava e cobrava de todo mundo! Porque, sabe como é, tudo que você deseja, o universo conspira para que aconteça, disse o Paulo Coelho ...é, ele vende muitos livros!!!

Aí, você sabe! Vai atrás dos seus "sonhos". Escrevia várias redações sobre tudo. As pessoas elogiavam e eu tive um futuro promissor. Sei lá, ele se perdeu por aí!!!

Eu atualmente estou com crise profissional. Eu gosto de buscar o que é notícia. Mas, cansei de trabalhar demais e ver todo mundo parecer descartável. Porque é assim, sim. E o pior fui acometida pela falta de tempo, e estou trabalhando só para o chefe. As 24 horas parecem pouco. Às vezes acho que só fui comer alguma coisa, tomar um banho e voltar para o trabalho. Vendida total!!!

Mesmo assim, eu digo ao povo que continuarei sendo jornalista, mesmo porque a curiosidade, a "abelhice", a chatice, a desconfiança e o prazer em festas estranhas com gente esquisita estão no meu DNA. Mas, eu tô cansada! Que nós, a nova geração, quando assumirmos a direção façamos dessa atividade uma ação profunda humana e a serviço da verdade, de verdade!


** O post do Daniel sobre estresse serviu de referência!!

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

No meu quarto, tem uma frase grudada na parede que diz: "você vai morrer daquilo que você gosta", só pra me lembrar diariamente que sim, fui eu quem escolheu essa profissão, sem pressão nenhuma. Fomos românticas Sara... pensamos na vida intensa de um repórter, mas esquecemos que a teoria é bem melhor do que a prática!
Mas eu também não vou mudar não! Não sei ser chefe, não sei ser chata!

15:07  
Blogger Mari said...

Oi Sara, gostei do teu texto. Para que a nova geração mude alguma coisa hoje no jornalismo, essa mudança tem começar dentro de nós, só mudaremos alguma coisa, quando mudarmos interiormente, ai sim poderemos atingir o mundo. Infelizmente hoje a maioria dos jornalistas não priorizam a verdade, não prestam um serviço a sociedade, mas podemos já nos diferenciar pq nos preocupamos com isso. Continue pensando e mentalizando onde vc quer chegar, o pensamento atrai a realidade. E Marina vc pode virar sim uma chefe e não ser chata, basta ser vc e não se basear nessa gente que estamos acostumados a ver!!!
É isso.
beijo
Mari

17:50  
Blogger LDamatta said...

Real, mas não acho que seja exclusividade da profissão, nem o extresse, nem a "desumanização", por assim dizer.
O extresse, bom, esse aí até quem não faz nada arranja razão pra ter. Cada um com seus motivos.
Já a desumanização é algo que afeta a tudo, visto que o foco hoje em dia é grana. O médico não quer saber por que o cara tá na merda, ele só tá ligado em quantas consultas mais ele vai receber por isso. Opiniões pessoais.

18:24  
Anonymous Anônimo said...

Sarinha!
Concordo com o leo qdo ele diz que isso não é só na sua profissão...vou além, a teoria da vida quando a gente ainda é criança é muito melhor que a prática...só queremos crescer e sermos donos do nosso nariz...não rola na utopia as trocentas responsabilidades que isso acarreta:estudar, se formar, pagar contas, ser social, ter relacionamento e mantê-lo, casar, filhos...vc nasceu jornalista e é muito competente, esse texto foi tocante.
Não desiste, chefes vão e vem, o que fica é o amor pelo que se faz - e bem feito, aproveitando a deixa...
bj - Lud

15:37  

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