Ponto Jor

sexta-feira, setembro 14, 2007

O cara

Não vamos ser hipócritas. Quem realmente se surpreendeu com a não cassação do presidente do senado Renan Calheiros, aquele, mais conhecido como o ex-amante da “modelo-jornalista” Mônica Veloso?

Ok. Alguns podem dizer que a margem de votos foi apertada (40 a 35), mas daí achar que o senador seria banido de sua vida política por quebra de decoro parlamentar é brincadeira, como diria o comentarista Neto. Por mais evidentes que fossem as vantagens obtidas por Renan Calheiros, político profissional nenhum caí no Brasil por quebra de decoro. Todos abusam do poder há tempos, desde que o senado existe.

Os personagens são os mesmos e os esquemas também. Lobby, pressão e o famoso “se eu caio levo um monte junto comigo”. Nessas horas, a grande maioria dos políticos peida na tanga. Amantes, fofocas e manchetes nos jornais. Alias para quem ainda achava que a mídia brasileira pode derrubar facilmente políticos deste país, grande engano e eis a prova. Sem choradeira e sem escândalo: isso é a democracia! Políticos eleitos pelo “povo” e pelos chamados “formadores de opinião-leitores-de-jornais-e-revistas”.

Renan Calheiros é o exemplo para maioria dos senadores, de como se comportar no poder em uma crise. Brigou de frente com os jornais, ameaçou “colegas” e conseguiu se manter agarrado em sua cadeira. Sobrou aos editoriais dizerem que “agora o senado ficou enfraquecido”. O que significa um senado fraco? Mensalão, sanguessuga e caixa dois são nomes novos, mas velhos procedimentos da política no Brasil.

Qualquer pessoa que não se baseia somente no próprio trono para entender o mundo e este país, sabe que para ver o presidente do senado na cadeia não basta esperar o resultado de uma sessão secreta. O caminho da prisão passa pelo polícia e pelo tribunal.

Porque que no senado, Renan Calheiros é o cara.