Ponto Jor

sexta-feira, julho 27, 2007

Mas não deve ser nada

João Prado

8h15, terça-feira, 16/07. Três amigos chegam no aeroporto de Congonhas para embarcar no vôo de São Paulo à Fortaleza. Viagem de férias. O embarque estava marcado para às 8h00, em ponto.

"Vocês não poderão mais embarcar", diz a funcionária da TAM.

"Como assim?", respondem os três quase ao mesmo tempo. "O avião ainda não decolou e os passageiros estão entrando ainda nele", comenta Guilherme Macedo Pascal, um dos três companheiros.

"Lamento senhor, mas o tempo para embarcar nesse vôo já acabou", diz a funcionária da companhia.
Os três amigos resolveram esperar o próximo avião em uma lanchonete do aeroporto. A raiva tomou conta dos três novamente, quando perceberam através do painel da Infraero que o avião não havia decolado ainda. Horário: 10h30.

"Fomos reclamar na Infraero, que nos mandaram para a ANAC. Depois de esperar uma hora para sermos atendidos, chega um diretor falando: ‘Lamento, mas o atraso foi de vocês’".

"Mas o avião ainda está na pista, faz mais de uma hora", responde Leandro Madureira, o outro amigo.

"Pela legislação brasileira a aeronave pode atrasar até cinco horas. Mas o passageiro tem que chegar, no mínimo, com meia hora de antecedência", diz o diretor da ANAC, instituição que não faz porra nenhuma pelo sistema aéreo do país.

Em resumo: os três amigos voltaram para as suas casas e embarcaram no dia seguinte para o Ceará. Pegaram um outro avião da TAM, exatamente no dia da queda do Airbus 380.

Este blogueiro está cansado. Exausto. Não tive tempo para apurar nada de consistente. Essa história caiu no meu colo, sem um esforço de reportagem (as vezes é assim mesmo). Pessoalmente, o problema do caos aéreo nunca me despertou a atenção. Sempre achei (continuo achando) que o Brasil tem outros problemas tão mais sérios do que esse – o que não exclui a necessidade de resolve-lo. Acontece que 200 pessoas morreram e o que se vê, ouve e percebe-se é que não faltam declarações idiotas de autoridades nos jornais. Fala-se muito e não acontece nadinha nadinha. Ainda por cima surgem os aproveitadores de plantão (eles nunca vacilam). É aquele tipo de pessoa que pega carona na tragédia, para contabilizar à seu favor, fotos, votos, carisma e vantagens.

O que era "prioridade" pública, virou política. Agora é a guerra dos partidos (e dos empresários que representam os partidos), para disputarem os holofotes da televisão e dos fotógrafos. É o jogo de quem aparece mais e quem se desgasta menos.

Histórias como a citada acima, de pessoas que só queriam viajar, existem várias e cada uma com a sua complicação. Mas no caso dos três amigos, eles estão vivos!

Graças a quem?

Nota do blogueiro: cria asas e voa, mané!

2 Comments:

Blogger Daniel Boa Nova said...

Jones,

não sei se vc já viu:
http://www.tocansadinho.blogspot.com/

ab

10:54  
Blogger João Prado said...

não tinha visto. independente das fontes serem verdadeiras ou não.... SENSACIONAL!

13:51  

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