Ponto Jor

terça-feira, maio 08, 2007

A harmônica compatibilidade entre a vitória e a derrota (até que o fanatismo prove o contrário)

Luís Pereira

São palavras que traduzem situações discrepantes, mas formam uma relação de fidelidade profunda, como irmãos inseparáveis, siameses que compartilham órgãos vitais, numa ligação de resolução indivisível.

A vitória e a derrota. Uma não existe sem a outra – óbvia, feliz e triste constatação. Afinidade sempre controversa, dúbia, incerta, imprecisa, entretanto fundamental.

Aquele calor da disputa que chega ao último minuto da decisão, até a fatídica cena: a apreensão derradeira, a angústia final, a fração de segundo muda, vazia e, de repente, o furor da vitória e o silêncio e a dor da derrota.

O grito de felicidade em profundo contraste com a lamúria da derrota, produzindo perfeita harmonia no cenário da disputa.

Ditosos aqueles que triunfaram e melancólicos aqueles que sucumbiram. No entanto, a convicção de que ambos, a partir de um esquema uniforme, geraram um episódio de beleza intrínseca e inesquecível, pois um não seria possível sem o outro.

Escrevo esse texto em homenagem aos campeões e vice-campeões dos campeonatos estaduais de futebol de 2007, principalmente para ratificar a importância da luta – mesmo que perecida – dos derrotados. Mas confesso que esse texto só se fez possível devido à ausência do Corinthians no litígio final, pois, nesse caso, optaria por parafrasear o versátil e fecundo compositor Lamartine Babo no hino do campeão carioca, Flamengo: “vencer, vencer, vencer”.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Hauhauh!! Pois é Luís...
Saudações alvi-negras!

;-)

15:20  
Blogger João Prado said...

aos derrotados também. Saravá!

19:14  
Anonymous Anônimo said...

Adorei esse texto!
Beijos

Timão êo.

15:58  
Anonymous Anônimo said...

http://portal.contato.net/falando_serio/?acao=coluna&col_codigo=000033&art_codigo=016868

20:19  

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