O maior de todos os meus tempos
Luís Pereira
Um metro e 69 centímetros de habilidade, rapidez, arranque poderoso, impulsão vigorosa, visão de jogo, chute forte, classe, artilharia, audácia, autoconfiança, inteligência, irreverência e puro e refinado dom para o futebol.
Carinhosamente apelidado de baixinho, Romário - dentro de campo - nunca fez jus a esse apelido, demonstrando nas quatro linhas - mais precisamente da intermediária para frente - um gigantismo na arte do futebol.
Um verdadeiro mestre da grande área. Nunca um jogador soube utilizar tão bem o pequeno - e, dependendo do jogo, ainda mais reduzido - espaço que permeia a meia lua, a indefectível marca do pênalti, zagueiros sanguinários, a pequena área, um goleiro de cerca de dois metros e as três traves.
E a bola? Ah, a bola... a matéria mais desejada em campo, macia, redonda, fugaz. Como quem pratica esmerados movimentos teleguiados, ela parece estar sempre rolando caprichosamente à procura de seu mestre, que, por sua vez, quando nesse encontro de corpos, retribui com maestria, elegância e generosidade, atributos genuinamente dignos de lordes, concedidos por forças celestiais a esse craque, quando ainda acabava de sair do ventre de sua mãe.
Ele é, realmente, o cara, e eu desafio meliantes a provarem o contrário. A irreverência e a audácia poderiam ter transformado Romário num homem de língua carbonizada, mas, justamente pelo contrário, poucas foram as vezes que o baixinho se estrepou na própria alocução, vide reportagem realizada pela Rede Globo, em que, nos primórdios da carreira, profetiza os 1.000 gols, mas, também, erra ao afirmar que aposentaria aos 29 anos.
Autor de legítimas obras primas, Romário está há dois gols de alcançar a sublime marca do milésimo gol, antes atingida apenas pelo supremo - todo poderoso - rei do futebol, Pelé. Comparações guardadas às suas devidas proporções, Edson Arantes do Nascimento é, indubitavelmente, o maior de todos os tempos, afirmação inequívoca e unânime.
É certo que abaixo de Pelé - e somente abaixo - existem diversos craques que podem ser citados, como Garrincha, o gênio das pernas tortas; Johan Cruyff, holandês cerebral, de talento extraordinário; Franz Beckenbauer, jogador alemão inteligentíssimo; e tantos outros craques que cometerei a injustiça de não mencionar (até por isso prefiro parar por aqui).
Entretanto, o maior jogador que os ordinários globos oculares do autor que vos escreve pôde testemunhar é, com convicção e pequena dose apaixonada de persuasão brasileira futebolística, Romário de Souza Faria.
Sim, assisti boleiros circenses, como Maradona e Zico, porém no final de suas carreiras. Acompanhei exímios e distintos craques de diversos lugares do mundo, como o eterno algoz francês da seleção brasileira, Zidane, o holandês Marco Van Basten, o argentino Gabriel Batistuta, o italiano Roberto Baggio (ótimas recordações) e os brasileiros Ronaldo fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. Mas, dos jogadores excepcionais que tive a feliz oportunidade acompanhar, assistir e prestigiar jogadas e jogos memoráveis, até então nenhum ultrapassou o nível de qualidade de Romário.
Espero, todavia, que craques que ainda estão na ativa e os que ainda estão por vir possam sobrepujar as virtudes do baixinho, pois quem ganha é o esporte e os espectadores agradecem.
Ao Romário já deixo meus parabéns pelos mil gols - que, muito em breve, acontecerão - e por ter sido, até então, o maior jogador de todos os meus tempos.
A vocês, leitores do PontoJor, deixo um link para matar a saudade de inesquecíveis jogadas do baixinho. E esse outro para relembrar o histórico jogo de eliminatórias para a Copa do Mundo contra o Uruguai - uma apresentação iluminada de Romário.
Um metro e 69 centímetros de habilidade, rapidez, arranque poderoso, impulsão vigorosa, visão de jogo, chute forte, classe, artilharia, audácia, autoconfiança, inteligência, irreverência e puro e refinado dom para o futebol.
Carinhosamente apelidado de baixinho, Romário - dentro de campo - nunca fez jus a esse apelido, demonstrando nas quatro linhas - mais precisamente da intermediária para frente - um gigantismo na arte do futebol.
Um verdadeiro mestre da grande área. Nunca um jogador soube utilizar tão bem o pequeno - e, dependendo do jogo, ainda mais reduzido - espaço que permeia a meia lua, a indefectível marca do pênalti, zagueiros sanguinários, a pequena área, um goleiro de cerca de dois metros e as três traves.
E a bola? Ah, a bola... a matéria mais desejada em campo, macia, redonda, fugaz. Como quem pratica esmerados movimentos teleguiados, ela parece estar sempre rolando caprichosamente à procura de seu mestre, que, por sua vez, quando nesse encontro de corpos, retribui com maestria, elegância e generosidade, atributos genuinamente dignos de lordes, concedidos por forças celestiais a esse craque, quando ainda acabava de sair do ventre de sua mãe.
Ele é, realmente, o cara, e eu desafio meliantes a provarem o contrário. A irreverência e a audácia poderiam ter transformado Romário num homem de língua carbonizada, mas, justamente pelo contrário, poucas foram as vezes que o baixinho se estrepou na própria alocução, vide reportagem realizada pela Rede Globo, em que, nos primórdios da carreira, profetiza os 1.000 gols, mas, também, erra ao afirmar que aposentaria aos 29 anos.
Autor de legítimas obras primas, Romário está há dois gols de alcançar a sublime marca do milésimo gol, antes atingida apenas pelo supremo - todo poderoso - rei do futebol, Pelé. Comparações guardadas às suas devidas proporções, Edson Arantes do Nascimento é, indubitavelmente, o maior de todos os tempos, afirmação inequívoca e unânime.
É certo que abaixo de Pelé - e somente abaixo - existem diversos craques que podem ser citados, como Garrincha, o gênio das pernas tortas; Johan Cruyff, holandês cerebral, de talento extraordinário; Franz Beckenbauer, jogador alemão inteligentíssimo; e tantos outros craques que cometerei a injustiça de não mencionar (até por isso prefiro parar por aqui).
Entretanto, o maior jogador que os ordinários globos oculares do autor que vos escreve pôde testemunhar é, com convicção e pequena dose apaixonada de persuasão brasileira futebolística, Romário de Souza Faria.
Sim, assisti boleiros circenses, como Maradona e Zico, porém no final de suas carreiras. Acompanhei exímios e distintos craques de diversos lugares do mundo, como o eterno algoz francês da seleção brasileira, Zidane, o holandês Marco Van Basten, o argentino Gabriel Batistuta, o italiano Roberto Baggio (ótimas recordações) e os brasileiros Ronaldo fenômeno e Ronaldinho Gaúcho. Mas, dos jogadores excepcionais que tive a feliz oportunidade acompanhar, assistir e prestigiar jogadas e jogos memoráveis, até então nenhum ultrapassou o nível de qualidade de Romário.
Espero, todavia, que craques que ainda estão na ativa e os que ainda estão por vir possam sobrepujar as virtudes do baixinho, pois quem ganha é o esporte e os espectadores agradecem.
Ao Romário já deixo meus parabéns pelos mil gols - que, muito em breve, acontecerão - e por ter sido, até então, o maior jogador de todos os meus tempos.
A vocês, leitores do PontoJor, deixo um link para matar a saudade de inesquecíveis jogadas do baixinho. E esse outro para relembrar o histórico jogo de eliminatórias para a Copa do Mundo contra o Uruguai - uma apresentação iluminada de Romário.
10 Comments:
Valheu, peixe!
É... acho que vou ter que concordar.
Mas Batistuta e Baggio não chegam nem perto do nível dos demais. O Rivaldo foi melhor que qualquer um dos dois.
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PS: belo txt!
À polêmica, então...
Confesso: sou fã do Baixinho. E ele é o melhor de todos os meus tempos também (embora tenha convicção de que Maradona foi maior que Romário; mas pouco vi o argentino em ação).
Agora, quanto aos mil gols, minha opinião é clara: Romário está para completar mil gols na carreira segundo as contas DELE, que considera 77 gols como amador e 21 de jogos entre amigos, como informa o Blog do Juca. Os 1281 gols de Pelé foram TODOS marcados como profissional da bola.
É bem diferente, convenhamos.
Só que isso não muda nada nos mais de 900 gols que Romário fez (o segundo maior da história) e na genialidade inquestionável do Baixinho. O Baixinho é gênio, mas essa história de mil gols eu não compro...
Abs,
É o cara mesmo.
Eu não sabia que eram tantos gols em partidas que ele considera, Daniel, mas aí vai da consciência de cada um(no caso a dele).
Adorei: "o maior jogador que os ordinários globos oculares do autor que vos escreve" hahaha.
Beijo
o Baixinho é REI! agora, quem é melhor? Neto ou Maradona?
É Dani, mas eu compro a do Baixinho. Não sei se a informação é fidedigna, no entanto ouvi falar que o Pelé contabiliza os gols na seleção do exército e outros de jogos não oficiais.
Acho que o que está errado, perante a imprensa, é ficar anunciando os mil gols de Romário dando crédito da contagem para o próprio.
Acredito que o papel da imprensa deveria ser apurar se o Romário está ou não para completar mil gols e adotar um partido.
Luís,
O problema aí não são os jogos não-oficiais, mas os jogos como amador.
Claro, se formos contar apenas jogos oficias (excluindo amistosos, torneio-início etc), tanto Pelé como Romário teriam menos gols. Mas não é esse o ponto.
O que acho é que contabilizar gols em jogos como amador é muito complicado; sendo assim, eu já tenho uns 150 gols marcados na quadra do prédio do meu tio... concorda?
Grande abraço!
Dani, o que eu acho: os seus gols no prédio do tio não estão registrados. Certo? Mas, para mim, a maior crítica é com relação à imprensa. Na minha opinião os mil gols são válidos e a festa do Romário é mais do que justa, pois todos os outros jogadores contam gols de partidas não-oficiais, assim como Pelé, como os 700 gols de Zico e por aí vai. Eu quero ver quem vai levantar a bandeira na imprensa e falar que ele não está fazendo mil gols ao invés de ficar dando crédito da contagem para ele. Se não concorda, abraça a causa. Essa é a minha opinião, mas ainda estou acessível para tentar compreender a sua. Abração Dani.
Dani, o que eu acho: os seus gols no prédio do tio não estão registrados. Certo? Mas, para mim, a maior crítica é com relação à imprensa. Na minha opinião os mil gols são válidos e a festa do Romário é mais do que justa, pois todos os outros jogadores contam gols de partidas não-oficiais, assim como Pelé, como os 700 gols de Zico e por aí vai. Eu quero ver quem vai levantar a bandeira na imprensa e falar que ele não está fazendo mil gols ao invés de ficar dando crédito da contagem para ele. Se não concorda, abraça a causa. Essa é a minha opinião, mas ainda estou acessível para tentar compreender a sua. Abração Dani.
Perfeito, Luís.
Continuo com minha posição, mas concordo plenamente com a sua crítica em relação à imprensa... a falta de opinião, de levantar uma badeira é mesmo desprezível...
A verdade é que o milésimo gol será histórico e coroará um gênio dos nossos tempos.
Abração, velho!
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